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quinta-feira, 31 de março de 2011

Para debater esse assunto, onde foi abordado a inclusão do negro no mercado de trabalho, e consequentemente os desafios de aceitação na sociedade, é necessário um estudo aprofundado desde o resgate histórico até a atualidade. E tratando-se desse tema, encontra-se um dilema, devido ao preconceito racial e cultura discriminatória em nosso País. Motivados pela oportunidade de expor uma provável situação e discriminação no mercado de trabalho, decidimos trabalhar sobre o tema, justamente em virtude dessa possibilidade, que se estudada, proporcionará janelas para discussões futuras. Este trabalho propõe-se especificamente, analisar o processo de admissão do negro no Hospital Regional de Presidente Prudente e identificar quais são as barreiras que impedem os negros de competirem, de forma justa, com os demais cidadãos além de avaliar os possíveis conflitos que os funcionários negros enfrentam em termo de aceitação e discriminação no Hospital Regional de Presidente Prudente-SP. A presente pesquisa pode ser caracterizada por quantitativa, pois relaciona aspectos numéricos em comparação aos índices atuais de diversas situações dos negros, entretanto, caracteriza-se também por ser qualitativa, possuindo aspectos definidos, sendo ao final qualiquantitativa. Deste modo, pretendeu-se identificar em quais segmentos o mercado de trabalho no Brasil, reflete as maiores diferenças raciais, esses segmentos sempre foram tendenciosos, com relação à discriminação e por fim, quais setores contribuem para essa diferença. A análise do trabalho foi realizada pela banca examinadora da Universidade do Oeste Paulista: Nota 10,0 Obs: O trabalho é "referência" da universidade, segundo exigência do MEC.

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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS DE PRESIDENTE PRUDENTE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
 
A INCLUSÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO NO HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE
AMANDA VIEIRA THIAGO NEZZI
Presidente Prudente – SP
2010
VIEIRA, Amanda, e NEZZI, Thiago. A Inclusão do Negro no Mercado de Trabalho. Um estudo no Hospital Regional de Presidente Prudente. Presidente Prudente – SP: Unoeste, 2009.
 
Trabalho monográfico de conclusão de curso em Administração
 
Orientador: Prof. Dr. Jerson Joaquim da Silva
 
 
RESUMO
 
Para debater esse assunto, onde foi abordado a inclusão do negro no mercado de trabalho, e consequentemente os desafios de aceitação na sociedade, é necessário um estudo aprofundado desde o resgate histórico até a atualidade. E tratando-se desse tema, encontra-se um dilema, devido ao preconceito racial e cultura discriminatória em nosso País. Motivados pela oportunidade de expor uma provável situação e discriminação no mercado de trabalho, decidimos trabalhar sobre o tema, justamente em virtude dessa possibilidade, que se estudada, proporcionará janelas para discussões futuras. Este trabalho propõe-se especificamente, analisar o processo de admissão do negro no Hospital Regional de Presidente Prudente e identificar quais são as barreiras que impedem os negros de competirem, de forma justa, com os demais cidadãos além de avaliar os possíveis conflitos que os funcionários negros enfrentam em termo de aceitação e discriminação no Hospital Regional de Presidente Prudente-SP. A presente pesquisa pode ser caracterizada por quantitativa, pois relaciona aspectos numéricos em comparação aos índices atuais de diversas situações dos negros, entretanto, caracteriza-se também por ser qualitativa, possuindo aspectos definidos, sendo ao final qualiquantitativa. Deste modo, pretendeu-se identificar em quais segmentos o mercado de trabalho no Brasil, reflete as maiores diferenças raciais, esses segmentos sempre foram tendenciosos, com relação à discriminação e por fim, quais setores contribuem para essa diferença.
 
PALAVRAS - CHAVE: Inclusão. Preconceito. Desafio. Diferenças. Discriminação.
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO
 
 
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................3
2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO...........................................11
3 A IDEOLOGIA DO TRABALHO E SUA CONSTANTE MUDANÇA.....13
3.1 Capitalismo no Atual Mercado de Trabalho.........................................15
3.2 A Situação do Negro Quanto à Educação...........................................17
3.3 O Posicionamento ocupado nos Setores.............................................21
3.4 O preconceito contra a raça negra.......................................................25
4 ASPECTOS MEDOLÓGICOS...............................................................30
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS....................................33
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................... 46
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO
 
 
Observando o nosso meio acadêmico, notamos que o número de pessoas da raça negra é reduzido, sugerindo este fato a presença do racismo em nossa sociedade. Partindo desta observação, decidimos pesquisar a questão do racismo em um ambiente Hospitalar, onde o preconceito pode estar permeado, de forma camuflada.
Tendo como base, referências e publicações de sociólogos, políticos e instituições que trabalham o papel do negro na sociedade brasileira, captamos informações de suma importância para o levantamento de questões que ajudaram na compreensão do processo que exclui ou inclui o negro em determinadas áreas em que pessoas da raça branca e nível social elevado predominam.
A discriminação étnica coibindo ou dificultando o acesso do negro ao mercado de trabalho e sua participação nas posições melhor remuneradas, estão implícitas nas atitudes dos dirigentes e administradores de empresas, onde se detecta um número insignificante dos mesmos nesses ambientes.
A partir de uma análise histórica da presença do negro na sociedade brasileira, pudemos perceber a ideologia do branqueamento presente em nossa sociedade, o que o leva a sentir-se inferiorizado ao ver sua identidade subjugada em relação ao branco.
No decorrer dos anos, percebemos cada vez mais as manifestações dos negros, com relação à busca do seu espaço na sociedade que sempre foi marginalizada devida os processos racistas. O mercado de trabalho também está inserido nesse espaço e nele também se nota as dificuldades dos negros em se inserirem em postos de trabalho mais significativos de uma organização.
Nos dias de hoje, enfrentamos o dilema das cotas nas universidades, o que gera discórdia e injustiça no ponto de vista de cada classe social, o que acaba prejudicando a inclusão do negro no mercado de trabalho, tanto na área acadêmica quanto na área ocupacional. Devido a esse motivo fizemos uma análise de inclusão ou exclusão dessa classe racial, para constatar quais as principais barreiras existentes e os meios paliativos que os negros se engendram em galgar sucesso em uma organização hospitalar.
Atualmente, com algumas leis que incentivam e buscam facilitar a participação dos negros nas universidades, possibilitando também um maior espaço nas áreas educacionais, a tendência é que haja uma demanda maior de professores negros atuando no Ensino Fundamental e Médio e também sua inclusão no mercado formal de trabalho nas empresas corporativas. Mesmo presumindo que exista muita resistência por parte das elites conservadoras, isso pode ser revertido, e com essa pesquisa é possível que consigamos uma maior reflexão sobre o tema.
Contudo, essa monografia, através de pesquisa de campo, provavelmente, pode proporcionar resultados sobre esse tema complexo e que desperta curiosidade pela grandeza da complexidade do tema que é o racismo. Com isso, esperamos contribuir com informações que sejam pertinentes para a sociedade, para os negros, para as universidades, e claro, para o Hospital Regional de Presidente Prudente, que conta com um quadro de funcionários, cuja presença do profissional negro é bem acentuada.
Sendo assim, esperamos que o Hospital Regional de Presidente Prudente, seja o maior beneficiado, para apreciação dos valores sociais, no processo de inclusão social, no seu papel de responsabilidade social e no desenvolvimento de carreira dos funcionários negros.
O Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo. Contudo, analisando o mercado de trabalho, percebemos que a quantidade de negros em setores "elitizados" é muito baixa. O mesmo problema ocorre no ingresso do negro nas universidades do Brasil. De acordo com a pesquisa realizada pela FASE (Federação para Assistência Social e Educacional de São Paulo), a possibilidade de um negro ingressar na universidade é de 18%, enquanto que para os brancos é de 43%.
Outro dado importante é que, segundo o IBGE, em relação a qualidade de vida da população, o Brasil ocupa a 63ª posição no mundo. Considerando-se a população negra, o Brasil fica na 120ª posição mundial, ressaltando com isso a diferença entre os níveis de vida da população branca e da população negra.
O que se verifica é que há uma dificuldade de inserção do negro e sua ascensão em áreas do mercado de trabalho de maior status social. Reserva-se a ele apenas a ocupação das áreas de menor remuneração e projeção social. Este fato é bastante sério e gera problemas sociais graves, demonstrando a presença de vários fatores que impedem essa inserção: problemas históricos, educacionais, governamentais, e ainda o racismo presente em nossa sociedade.
Observando a Capital Nacional, somando-a também ao problema em toda a sociedade brasileira, fazemos assim uma comparação dos dados, permitindo então visualizar de forma clara a discriminação profissional por que passa o negro.
Baseando-se nos dados acima e para efetivação dessa pesquisa, elencamos alguns problemas que serviram de escopo para a concretização da mesma. Nesse sentido, entendemos que analisar a problemática da pesquisa requer planejar o modo como essas questões serão conceituadas e inseridas no projeto, de forma que através desse questionamento, trará conclusões concretas. Assim sendo, de acordo com Mattar (2008, p.161) o mesmo define a problemática de modo que:
Através dessa citação levantamos os seguintes questionamentos abaixo relatados:
Através desse tipo de questionamento, podemos elencar algumas possíveis respostas que venham atender esses questionamentos, que são as hipóteses, sobre as quais iremos procurar contemplar no decorrer da pesquisa.
Visualizamos que, no ambiente de trabalho, assim como em demais locais onde se reúne um grupo de pessoas, há certa resistência em conviver com pessoas relativamente diferentes. Isso ocorre devido a divisão de grupos humanos "superiores e inferiores", onde se estabelece uma cultura de que os diferentes devem ser classificados como inferiores, e serem tratados como tal.
Percebemos que, no mercado de trabalho, existem segmentos que praticam a discriminação racial, mesmo que de um modo camuflado, pois a propagação deste ato caracteriza-se preconceito, portanto um crime, mesmo assim, é comum anúncios em jornais, divulgando vagas para emprego, onde são usados termos como "Procura-se vendedor com boa aparência" o que sugere certa exclusão. Deste modo, há críticas com relação a esse termo, visto que a cor da pele não está relacionada à beleza e boa aparência.
No que diz respeito ao mercado de trabalho no Brasil, afirma Bento (1999, p. 57):
Desse modo, brancos e negros não estão distribuídos de forma proporcional, e esse resultado acaba agravando ainda mais questões de preconceito e racismo. Em virtude disso, é recorrente as situações em que candidatos negros, com a mesma qualificação concorrem a uma vaga de emprego, ou a uma promoção de cargo, para Bento (1999), é comum o trabalhador negro permanecer na mesma função, mas no momento de ocupar a chefia, não é escolhido.
Embora essa realidade não condiz com o princípio do país, onde a Constituição Federal afirma que todos são iguais perante a lei, visto que em todo âmbito brasileiro ocorrem situações de exclusão social em virtude de preconceito racial. Para tanto, observa-se que, o que é pregado em lei não é o mesmo praticado pela sociedade.
A diferenciação torna-se prejudicial para o indivíduo, pois delimita as oportunidades, capacidade real e superação de objetivos, já que sua condição torna sua carreira profissional pré-estabelecida. Conforme Bento (1999, p. 58) "mesmo quando negros e brancos possuem a mesma escolaridade, o mesmo preparo para o mercado de trabalho, os salários dos negros são inferiores em relação aos dos brancos." Portanto, o profissional negro já encontra resistência ao ingressar no trabalho, e mesmo depois que conquista seu espaço, ainda se depara com essa desigualdade de níveis hierárquicos, remuneratórios, entre outros.
Entendemos que toda pesquisa pretende colaborar com o assunto em pauta no projeto, de tal forma que as diferenças sejam mostradas para a sociedade, e que através disso possa apresentar resultados factíveis de interpretação norteados na imparcialidade. Tendo como base o referenciado acima, enumeramos algumas hipóteses que poderão responder aos questionamentos mensurados nesse projeto.
Portanto, diante dos estudos pesquisados sobre hipótese, a mesma se mostra que "de qualquer forma, quando uma ou mais hipóteses movem uma pesquisa, sua explicitação no projeto é importante, pois os resultados das pesquisas podem confirmá-las ou contradizê-las, forçando, então, a sua reformulação".
(MATTAR, 2008, p. 162).
Abordar um tema cujo horizonte de pesquisa é amplo, tanto politicamente e culturalmente, requer cautela de não tornar o assunto pejorativo, fazendo com que o mesmo transforme-se em um dilema.
Amparados pelos estudos realizados por Mattar (2008, p.161) define objetivos como:
Assim sendo, a proposta desse estudo foi aprofundar todo conceito antropológico paralelo às condições atuais da etnia negra no Brasil, mostrando a dificuldade que os negros enfrentam para conquistar oportunidades profissionais, oriundos do preconceito e diferença racial. Percebemos mais adiante que a situação no âmbito educacional, não fugindo muito do que estamos acostumados a presenciar, o negro é vitima de preconceitos sendo discriminado, estando em condições inferiores aos demais concorrentes, a qualquer que seja o desafio.
Baseado nessas premissas, é que esse trabalho pretendeu avaliar quais dificuldades os negros enfrentam no momento de buscar o emprego, bem como nas atividades no ambiente de trabalho.
Os objetivos específicos são um complemento do que o objetivo geral define, abrindo um maior horizonte para a pesquisa.
Esta monografia está organizada em partes, intimamente relacionadas e conectadas entre si, mas não segundo uma sequência rígida, encadeada ou linear, ao contrário, complementam-se e apresentam múltiplos enlaces. As conexões entre os capítulos são interativos e mostrados ao longo de toda a sua extensão.
Trata-se de um trabalho abrangente, que compreende vários aspectos sobre o preconceito e racismo no ambiente de trabalho, além de envolver a exploração das conexões do pensamento científico e como isso se contextualizar com a temática desse estudo, abordando questões que emergiram de diversos campos do conhecimento, mediante investigação na literatura de alguns autores que tratam de maneira clara a questão do racismo.
A introdução é caracterizada como o Capítulo I, onde trata a justificativa do tema, a problematização que eclodiram os objetivos desse estudo, além de apresentar algumas hipóteses que pudessem contemplar como respostas às problemáticas desse estudo.
No Capítulo II, o local da pesquisa é caracterizado, traçando uma evolução histórica, desde sua fundação até a estatização, enumerando as etapas em que isso se sucedeu.
A questão do trabalho, mercado de trabalho, o negro no trabalho, o preconceito racial e a discriminação são abordados no Capítulo III.
O capítulo IV aborda a questão dos resultados da pesquisa, discutidos e apresentados em forma de gráficos, onde são tecidos comentários e análises para cada um dos dezesseis gráficos que correspondem a cada uma das questões da pesquisa.
O capítulo V trata das considerações finais, em que os autores colocam a sua percepção e recomendações pautadas sobre os resultados obtidos nessa pesquisa.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
 
Nome da instituição pesquisada: Hospital Regional de Presidente Prudente, Mantido pela - Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus.
Data de fundação: 13 de Fevereiro de 2009.
Cidade: Presidente Prudente – SP
CEP: 19050-680
Endereço: Rua José Bongiovani, 1297 – Cidade Universitária
Endereço eletrônico:http://www.franciscanosnaprovidencia.org.br/qs02.php
Quantidade de funcionários: 1500
Missão: A Associação procura ir além da filantropia, pois não parte do desejo de homens que se preocupam com seus semelhantes, mas do mandado de Deus que nos pede para libertar seus filhos da prisão de todo tipo de sofrimento.
O início da Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, teve como propósito a escolha da vida totalmente dedicada do Sr. Nélio Joel Angeli Belotti, de viver radicalmente em favor do sacerdócio. Desde criança, Sr. Nélio, hoje Frei Francisco, era devoto de São Francisco de Assis, e participando de um retiro decidiu dedicar-se inteiramente a cuidar de pessoas doentes.
Com o passar dos anos, foram surgindo as primeiras casas de apoio à saúde até a conquista do antigo Hospital Universitário, hoje Hospital Regional de Presidente Prudente, transformando-o no principal centro de atendimento do SUS do Oeste Paulista. Assim sendo, após a pesquisa dos dados acima, apontamos a instituição pesquisada como uma entidade inovadora e, devido a suas características, existem poucas no mesmo segmento de filantropia ligada à parte religiosa.
Visando sempre as condições humanas, a mesma conta com hospitais, comunidades terapêuticas de recuperação para dependentes de álcool e drogas, projetos educacionais, entre outros, surgida a partir de uma pequena comunidade terapêutica.
Não contando somente com hospitais, o Lar São Francisco de Assis dispõe de ambulatórios em São José do Rio Preto, Piraju, Estrela D'oeste, todos no Estado de São Paulo. Na área hospitalar, conta com unidades nas cidades de São José do Rio Preto, Jaci, Mirassol, Nhandeara, Rosana, Presidente Prudente, entre outras. Sediada no município de Jaci – SP, ela coordena suas operações diretas de sua matriz onde, neste local, são planejadas e executadas todas as suas decisões.
Atualmente, o Hospital Regional de Presidente Prudente, objeto dessa pesquisa conta com 1.500 funcionários, atendendo uma média de 7.000 pacientes por mês, dispondo de consultas, cirurgias, fornecimento de medicações, emergências, entre outros serviços, centralizando os recursos da saúde para toda a região.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 A IDEOLOGIA DO TRABALHO E SUA CONSTANTE MUDANÇA
 
 
Palavra fundamental na sociedade atual, o trabalho representa para muitos a oportunidade de superar as dificuldades sofridas, promovendo a melhoria da condição de vida e forma concreta para o acúmulo de capital. O sistema capitalista ocidental nos passa a ideia de que para conquistar sucesso e uma vida feliz, é necessário conciliar uma vida profissional bem sucedida, para que haja a comparação entre os ganhadores e perdedores.
O trabalho, porém é muito mais do que isso, até podemos dizer que o trabalho criou o homem. A supervalorização do trabalho é mostrada por todas as classes sociais, da mais alta até a mais baixa, sob alegação que sem o mesmo não existem outros meios para que o desenvolvimento da nação seja atingido. Com isso acaba tendo o papel de julgar as pessoas que não possuem a oportunidade de trabalho como caso de preguiça, falta de interesse, entre outros.
O modo como as crianças são educadas pelas escolas e sociedade, até o inicio de sua graduação, faz com que elas sejam preparadas para um raciocínio lógico, visando somente a capacidade para oferecer uma boa mão-de-obra, limitando sua capacidade de pensamento. Um exemplo claro que (CARMO, p. 17, 2005) define é visto como:
De acordo com a citação, e refletindo na situação de todos aqueles que incluem a camada de baixa renda, o que é uma realidade de quase todos, a falta de cultura com vista em alguns valores, tais como responsabilidade, maturidade, entre outros é visto como glória, de que o modo pelo qual os pais educaram suas crianças foi o mais adequado, para em determinada ocasião, rechaçar o orgulho deles, ao verem os filhos enfrentando as durezas da vida. Entretanto esquecem que a melhor maneira de sucesso na carreira é a utilização do raciocínio, trabalhando com a cabeça e não com os braços, pois hoje em dia ninguém contrata mais a força trabalhista de uma pessoa, e sim como essa pessoa poderá agregar seus conhecimentos específicos.
Existem muitas críticas em relação a esse contexto, devido à atmosfera que foi criada em torno do trabalho que nos dias atuais vive sob a tutela de consumo demasiado, sem ao menos saber se o produto que se compra é realmente necessário.
Por esse motivo, cada vez mais, nossa sociedade se depara com as dificuldades e instabilidade de uma possível perca de emprego, mesmo com possibilidades remotas. Pois, o simples fato de estarmos desempregados não condiz à satisfação de desfrutar momento de prazer em algum entretenimento seja ele qual for a preferência, mas gera sentimentos de tensão, sensação de fracasso e dependendo do tempo que se fique desempregado, uma exclusão social.
Adotar a cartilha do mercado de trabalho é dizer que o que não falta é emprego, e que em muitas vezes um motivo relevante é a falta de preparo da sociedade para ingressar em melhores campos de trabalho. Mas ouvindo tudo isso, encontramo-nos em uma discrepância: como ser bem preparado se o país não consegue nem mesmo, sanar problemas de fome, e analfabetismo? Há um paradoxo e hipocrisia por parte dos meios de comunicação, intelectuais pseudo-realistas, em dizer absurdos como este.
Assim sendo Carmo, ( p. 20. 2005 ) diz que:
Não é necessário pesquisas para enxergar a citação como realidade no Brasil, pois o mercado nos paga quanto ele acha que valemos, submetendo-nos a condições abaixo da necessidade de produção, mesmo possuindo alguns conhecimentos específicos e qualidades distintas.
Letrados nos vendem um falso-otimismo, utilizando suas experiências e conquistas e vão além em dizer que, a chave para o sucesso é o querer, esquecendo de contextualizar a ideologia que representa o trabalho, pois uma visão global, um conjunto de doutrinas, ideias, crenças, normas e procedimentos, geram no indivíduo o motivo de sua ação mostrando em uma só palavra o segredo para a mudança da situação.
 
3.1 Capitalismo no atual mercado de trabalho
A questão racial no Brasil pode e deve ser encarada como um dos principais problemas sociais, juntamente com miséria, desigualdade social, desemprego, segurança, saúde, entre outros desafios a serem superados pela população negra. Podemos levar em consideração que a igualdade ilusória entre brancos e negros não está ligada pelo fim de uma sociedade que busca homogenizar as culturas e as relações para reduzir a simples meios de consumo.
Por isso, Mello e Novaes, (1999 p. 581-582) definem que:
O capitalismo cria a ilusão de que as oportunidades são iguais para todos, a ilusão de que triunfam os melhores, os mais trabalhadores, os mais diligentes, os mais "econômicos" . Mas, com a mercantilização da sociedade, cada um vale o que o mercado diz que vale. Não há nenhuma consideração pelas virtudes, que não sejam as "virtudes" exigidas pela concorrência, a ambição pela riqueza e a capacidade de transformar tudo, homens e coisas, em objeto de calculo em proveito próprio. No entanto, a situação de partida é sempre desigual, porque o próprio capitalismo, a própria concorrência, entre as empresas e os homens, recria permanentemente assimetrias entre os homens e as empresas.
 
Logo, segundo esses autores, podemos ter a visão de que o capitalismo possui suas características de que a centralização e acúmulo de capital, atreladas a um início desigual, para os menos favorecidos e afro-descendentes, fazem parte de uma máscara imposta pelo sistema, onde no final das contas todos nós sabemos que somente resultara em miséria, pobreza e desemprego. É a ideologia baseada no livre mercado onde todos são expostos a venda como mercadorias, e que por única saída são obrigados a disputarem uns contra os outros como em uma arena de gladiadores.
Infelizmente todos os meios em que se buscam a solução para resolver esse dilema, no interior do sistema capitalista não há condições de todos os seres humanos em particular, desfrutarem de todos os benefícios e riquezas produzidas socialmente, levando as pessoas a um estado de frustração, naquilo que a mídia vende como pseudo-otimismo, oferecendo a imagem de que mesmo que haja o trabalho árduo, o indivíduo conquistará os recursos materiais, que denominam a tão sonhada, "felicidade", somente atingida se houver a independência financeira.
Pois, como o sistema capitalista é oriundo da burguesia, a mesma tem por objetivo transformar as raças mais inferiores e menos preparadas para que se tornem instrumentos de seu uso, por isso que Sartre (1979, p.9) pondera que:
Assim, como coloca Sartre, a ação colonizadora causou danos irreparáveis à raça negra em todo mundo, exaurindo-lhe as suas tradições e com o objetivo de distanciá-la da sua essência histórica, e devido a essas ações de crueldade inestimável, o que Sarte (1979 p.10) acrescenta que:
Obtendo esses conceitos que segundo Sartre nos mostra, que a luta pela emancipação negra advêm de um processo das primeiras colonizações onde foram arrancadas as verdadeiras raízes e hoje, no mercado consumista é normal nos depararmos com a condição de que os negros ocupa posições de inferioridade nos posto de trabalho, devido a um julgamento de que são raças cuja cultura não apresenta aptidão para postos mais elevados e que proporcionam mais respeito.
Portanto, os serviços braçais, as moradias mais afastadas do centro da cidade, principalmente favelas, são compostas pela maioria negra, tudo porque a imagem capitalista está atrelada a boa aparência, ultrajando as próprias leis capitalistas de livre comércio, baseado nas melhores qualificações, mas que na condição de ser negro, esse carrega consigo uma diferença negativa em relação aos demais concorrentes.
Se levarmos em consideração que a desigualdade imposta por um capricho elitista, excluindo a raça negra, então entendemos que com a exclusão de um setor social, ou a redução de chances no mercado de trabalho são menores, isso nos leva a presenciar o aumento da miséria, tendo como consequência primária a violência, fazendo com que a indústria do medo cresça instalando-se mais carros blindados, instrumentos para segurança, aumentando as milícias em grandes cidades, e mantendo mais antagônico ainda a sociedade separatista e racista com relação aos negros, com ajuda da mídia, concluindo que eles são o problema de nossa sociedade, por serem "apenas pobres e sem oportunidades".
3.2 A situação do negro quanto à educação
A discriminação racial também atinge a área educacional, o que atrasa o desenvolvimento educacional, a especialização e melhoria de perspectiva da população negra. Devido a esse cenário negativo que os negros tendem a enfrentar, eles acabam encontrando maiores dificuldades em uma posição melhor no mercado de trabalho, o que tem por consequência o aumento da desigualdade social, e através disso acarreta em miséria, desemprego, marginalização implicando dificuldades diversas em suas vidas.
Existe uma grande distância dos setores que refletem a educação destinada aos brancos e aos negros, proporcionando propositalmente, a dificuldade de educação para o negro com o objetivo de mantê-lo como produto de mão-de-obra barata, pois é uma forma de deixá-lo isolado da competição capitalista, deixar que o mesmo continue analfabeto.
Mesmo ao ingressar em um ensino superior, o negro acaba sendo usado, mesmo que de maneira indireta, como objeto de pesquisa para índices sociais, tendo-o como instrumento acadêmico dos próprios alunos, ou de estimativas, mantendo aí um tipo de racismo oculto, pois com a finalidade de usá-lo não como ser humano e sim como ser mensurável, como se pudéssemos medir sentimentos, cultura etc.
Para obtermos um esclarecimento adicional com relação à adesão do negro no Ensino Médio, já começa a ficar mais difícil, sendo assim, segundo o IPEA ( 2007, p.284), mostra que:
Isso nos leva a acreditar que, oriundo da citação acima, constatamos que a falta de incentivo aos negros quando atingem esses estágios pré-ensino superior despenca, fazendo com que suas chances de melhoria de vida, sejam reduzidas ao máximo. Primeiro por parte do governo que não fornece o respaldo necessário, e quando ele o fornece é somente para um seleto grupo, a outra parte da atuação do racismo fica por conta da sociedade, encarregar-se de colocar mais obstáculos na trajetória educacional do negro.
O grande aparato na atual conjuntura do Brasil está atrelado à xenofobia mediante o velado racismo empregado nas universidades, como se fosse um plano empresarial, talvez devido as cotas estabelecidas. Tal medida descreve a realidade separatista da sociedade, mas que tenta compensar os efeitos negativos da discriminação racial.
E como todo assunto que gera polêmica, existe os adeptos e os contra. Os que são a favor das cotas, justificam sua posição mediante a crença de que prevalece o sentimento de superação e valorização da raça negra, mediante a um número bem reduzido de negros, no qual seriam o exemplo a seguir. Por outro lado, os que são contra, levam em consideração a história da nação, e no direito igual para todos concorrerem às vagas disponíveis, evitando assim um choque bipolar, que tem por objetivo a separação das raças.
Entretanto, toda essa atmosfera criada em torno das cotas, e desigualdades que vemos, reflete na situação semelhante vivida pelos negros norte-americanos, que sofreram e sofrem até hoje com esse preconceito superando seu fanático patriotismo, pois nos Estado Unidos, existe toda história e divisão das raças até mesmo por uma questão cultural, onde as raças antagônicas criaram um sentimento de rivalidade entre ambas.
Assim sendo o que MAGGIE e VILLA BOAS (2006) definem é que:
Logo, de acordo com a autora citada, a influência que o negro brasileiro recebeu da cultura americana foi o bastante para que se tivesse início manifestações contra o racismo, e abrissem as portas para a luta com o respaldo da população branca, consciente das atrocidades cometidas contra os negros, e alguns meios de comunicação, para que essa injustiça fosse reduzida na sociedade.
Mas olhando os dois cenários, o que vemos é que situações como essa nos EUA, é parcial não tendo um reflexo nacional, enquanto que no Brasil, isso predomina como forma de manter os negros excluídos ou quase sem chance alguma para a dignidade educacional.
A educação para todos os cidadãos do país é um direito, um capital intelectual que os negros foram exonerados do mesmo, recorrendo à programas paralelos como, por exemplo, entidade de cultura negra, abrindo espaço para lazer, reflexão e educação. Outro exemplo que é relevante, se compararmos a distinção das escolas particulares, tendo como principio a quantidade de alunos negros que nela existe, a discrepância se mostra na forma mais desigual, e revoltante, pois a grande maioria se define por brancos elitistas.
Na outra parte da situação, as escolas públicas atualmente, mais parecem campos de concentração negra, devido à baixa capacidade financeira de suas famílias, gerando atos de vandalismo, e violência na porta e dentro das escolas públicas.
Fato também que, as escolas públicas no geral são tratadas com desleixo pelo governo, o que resulta desde a falta de estrutura, material pedagógico, baixa remuneração e desenvolvimento para o professor, tendo como atravessador o poder concedido aos pedagogos, os planejadores de educação sendo que em sua maioria nunca entraram em uma sala de aula, junto também com a criação de leis que defendem a criança e o adolescente, praticamente anularam a autonomia que o professor deveria ter na execução de seu trabalho.
Sobre isso o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), (2008) afirma que:
Por isso, de acordo com a citação acima, as condições encontradas pelos negros na questão de seguir o caminho educacional é realmente frustrante, comparando às maiores facilidades concedidas aos brancos, o que também fica evidente é a maior valorização colocada à pessoa de pele branca, desmerecendo todo o esforço feito pelo negro, resultando uma discrepância absurda nos rendimentos recebidos por ambas as raças chegando a uma diferença de até 250 %.
Com esses dados e informações em anexo, conhecedores da história de nosso país, e das diferenças sociais que enfrentamos, torna-se revoltante lutar por um objetivo que é praticamente nulo, pois o que o sistema prega é o absolutismo da raça superior, mesmo sendo branco e pobre, as portas do sucesso são maiores do que se fosse negro.
3.3 O Posicionamento ocupado nos setores
Através de pesquisa bibliográfica e levantamento de dados, verificamos que o negro ocupa diversas posições no mercado, seja em altos níveis hierárquicos, como também, cargos inferiores e de baixo escalão. Mas nota-se que mesmo com essa diversidade, ainda não é equivalente os cargos de chefia ocupados por trabalhadores negros, restando assim, empregos relativamente inferiores. Isso se agrava, em caso de condições reduzidas, qualidade de estudo defasada, falta de acesso à informações e evolução continuada.
Há setores nos quais ainda ocorre o preconceito, como por exemplo, no Tribunal de Justiça, conforme aponta Datafolha (1995) que nesta data, era o único negro entre os 11 juízes do 1° Tribunal do Júri de São Paulo. Pressupõe-se então, que não é apenas coincidentemente que os negros estão em posições inferiores aos demais, e sim, uma soma de fatores que colaboram para esse divergência.
Outra recorrência é o fato dos negros, em algumas vezes, estarem em cargos que exijam pouca instrução, baixo nível de especialização, trabalhos braçais, e por sinal, menor remuneração. Além disso, o efeito da exclusão social obriga aos mais carentes aceitar empregos que não possibilitem o desenvolvimento e profissionalização.
Com o desenvolvimento da civilização humana, iniciaram-se as ações de abuso e preconceito, onde os colonizadores exploravam indivíduos mais frágeis, entre estes a população negra, considerados povos diferentes, à partir daí, a justificativa para tais práticas. Felizmente, após a Abolição da Escravatura, leis foram criadas para proteger indivíduos que sofriam com a exploração através do trabalho escravo, puderam ser libertos e desfrutar dos mesmos direitos que os demais indivíduos, mas o preconceito, ainda assim se manifesta, causando sofrimento e conflito.
A história do Brasil está marcada por movimentos relacionados ao negro e a constante luta para a conquista da democracia racial, de acordo com Bento (1999), o Quilombo de Palmares localizava-se na Serra da Barriga, em Alagoas, abrigou aproximadamente 30.000 pessoas e resistiu por mais de um século, onde eram desenvolvidas atividades como: agricultura coletiva, fábrica de utensílios e armas para guerra, além de objetos artísticos.
O primeiro líder famoso de Quilombo de Palmares foi Ganga-Zumba, e também seu sobrinho, Zumbi, este, não concordava com o acordo feito por seu tio e pelo governador, e aos 15 anos fez seu próprio exército, reorganizando a comunidade de Palmares. Sua morte ocorreu no dia 20 de novembro de 1965, onde foi degolado, tendo sua cabeça exposta em praça pública. Sendo assim, tornou-se um símbolo da resistência do africano á escravatura, e através do Movimento Negro Brasileiro, instituiu essa data como Dia Nacional da Consciência Negra.
Ainda, em tradições de lutas, conforme Bento (1999), militares da Marinha do Brasil rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade, que se estendeu por cinco dias de motim, ocasionando a morte de seis oficiais, entre outros feridos. Deste modo, o Brasil foi o palco da violência e abuso sofrido pelos negros.
Santos (2008, p.25) afirma que:
Sendo assim, pessoas que representam uma parcela da sociedade que se encontram fora de determinado padrão, estão sujeitas a sofrerem com atitudes discriminatórias, tais como desprezo, intolerância, aversão, violência, piedade, o que se caracteriza o preconceito, já que os que o praticam, não conhecem a capacidade real destes indivíduos.
Revela ainda Santos (2008), que o cidadão tem seus direitos e deveres, mas seu principal dever é saber exercê-los com consciência dos seus atos e não simplesmente por serem impostos pela sociedade da qual faz parte, portanto todos são totalmente iguais perante a sociedade, contribuindo de maneira socialmente responsável, e não apenas aos que são atribuídos no ambiente que convivem, mas sim, de um modo geral.
Ao que se percebe, o indivíduo tem a necessidade de posicionar-se de maneira superior em relação aos demais, e através disso, ampara-se em hábitos e atitudes pouco louváveis, como por exemplo, aproveitar-se de situações para colocar-se em posição de vantagem, comparados aos demais, formar estereótipos a fim de ocultar as próprias deficiências.
Salienta Crochík que: "aquilo que leva o indivíduo a ser preconceituoso ou não, pode ser encontrado no seu processo de socialização, no qual se transforma enquanto indivíduo." Essa afirmativa garante que a socialização molda o perfil, assim como as experiências e conflitos, que servem como base para a formação do indivíduo, refletindo no seu posicionamento perante a sociedade.
Conforme aponta Crochik (1995, p. 149)
Portanto, práticas preconceituosas eram aceitáveis, em virtude da cultura do século anterior, que não progredia como a história recente, e acabavam por serem sancionadas e supostamente corretas.
Entretanto, o que levou a esta reversão, segundo Dukitt (1992, p. 47) apud Crochik, "foram os movimento de direitos civis dos negros ocorridos na década de 20", que funcionou para mudar a visão, alterando lentamente o clima cultural e o princípio da igualdade se fortaleceu, além da ênfase que passou a se dar sobre o indivíduo.
Como percebemos, há anos o negro vem com recorrência, buscando seu reconhecimento, aceitação, e talvez o mais complexo, equiparar-se aos demais indivíduos.
Discriminado e marginalizado, a imagem do negro perante a sociedade é de desqualificado, incapaz, impondo-lhe a restrição no mercado de trabalho. Em posições aquém da merecida, sofre com maior intensidade a situação sócio-econômica intensa do desemprego, marcado pelo estigma de ser preto ou pardo.
Na sociedade capitalista, em que sobressaem as desigualdades sociais, a reprodução dessa situação impede a mobilidade social do negro, percebendo estes rendimentos de trabalho inferiores aos percebidos pelo branco, associado a trabalhos menos qualificados, ocupando principalmente posições menores em setores de menor status social . Através do preconceito, a mão-de-obra negra é direcionada para trabalhos domésticos e pesados. A sua cor é fator determinante, sobrepondo-se a sua competência ou formação.
No processo seletivo, a escolaridade é outro fator determinante a se associar ao desemprego do negro. A ele é oferecido cargos que não exigem qualificação, sendo a presença do branco superior à do negro em posições que requerem especialização; a participação do negro é maior nos setores da construção civil e serviços domésticos. Explica-se isto pela baixa capacitação dos afro-brasileiros, que enfrentam imensa dificuldade para ingressar e permanecer no meio educacional, devido à sua baixa condição social, que o obriga a ingressar mais cedo no mercado de trabalho, comprometendo seu rendimento escolar.
Obviamente que a baixa condição sócio-econômica em que vive grande parte dos negros é a base da reprodução desta mesma situação, mas sem dúvida alguma, o atributo cor torna ainda mais difícil romper este limite de vida marginal do negro.
Não obstante, a formação profissional não é suficiente para abrandar as desigualdades, uma vez que entre um negro e um branco de igual nível intelectual, o negro receberá salário inferior do branco, ocupando ambos a mesma posição.
3.4 O preconceito contra a raça negra
 
A palavra preconceito, atualmente, é muito discutida nos universos sociais, pois busca encontrar uma solução para as barreiras impostas pela sociedade, com relação a quaisquer espécies de grupo racial, ideológico, religioso ou sexual. Como nossa pesquisa é pautada sobre preconceito da raça negra, sempre se dirige a etnia das pessoas, como branco, negro, amarelo, pardo, índio entre outras etnias.
A associação da palavra "negro" mostra-se em uma forma pejorativa, pois ela é conduzida desde meados do século XVI como se fosse algo oriundo do mal, e os brancos eram estigmatizados como sinônimos da pureza e proximidade maior com Deus, segundo o cristianismo.
Podemos perceber isso na doutrina nazista, onde o arianismo defendido por Adolf Hitler, significava a pureza da raça humana, sendo ela a mais evoluída em todos os sentidos, e que segundo Hitler era a raça escolhida por Deus para oferecer as diretrizes e a recolocação dos povos na terra.
Os primeiros relatos sobre preconceito e julgamento com relação à raça negra como inferior ocorreu na África por conquistadores e aventureiros, e a partir desse momento, brota um sentimento negativo, pois no ocidente cristão o negro significava a morte, a derrota e o pecado, enquanto o branco, significava o sucesso, a pureza e a sabedoria.
Guimarães (2008, 12) nos ensina, que:
Portanto, esse simbolismo ligado às cores das etnias humanas, não existia em outras partes do mundo, a não ser pela Igreja Católica e pelos europeus, que começaram a comparar o relativismo dos valores raciais, e julgá-los como inferior à raça branca.
Também houve a influência da cultura européia na América do Sul, inclusive no Brasil na região Sul, por italianos, poloneses, alemães, thecos, austríacos entre outros, existindo um simbolismo muito forte em relação a miscige das raças, onde o negro sempre é taxado como inferior, ou mal visto.
Esse fato deve-se pelo motivo de que segundo Guimarães 2008, p.13, diz que: "prevaleceu, por parte dos europeus, a repulsa pelos povos de cor, que se afastavam dos padrões estéticos e dos valores de sua civilização. Essa repulsa era, entretanto, estendida a todos os povos "de cor", ou seja, negros"
A partir dessa afirmação podemos mensurar de onde surge esse preconceito que existe em algumas partes de nosso país, devido à cultura e à influência exercida sobre esses povos.
A definição da raça negra, foi usada pelos europeus para designar pessoas e povos de pele mais escura, e devido o preconceito, estabeleceu um status social e constituição biológica inferior, como escravos e povos submissos.
Por isso Guimarães nos explica que:
Assim, percebemos que, a designação da raça e da cultura estão paralelas aos conceitos de que cada povo e etnia possui sua cultura, diferenciando-se dos demais.
Os primeiros negros trouxeram para o Brasil, seus hábitos africanos e somente após muitos anos, é que começou a se difundir e enraizar uma cultura negra no Brasil, com muitas influências, uma delas, a americana. Podemos dizer que no Brasil, existe uma nação negra, cuja posição na sociedade é igual a todos, a não ser aqueles que por motivos antropológicos ou por acontecimentos durante a vida, conseguiram mudar essa situação, onde sempre houve barreiras.
Ao passo que tal preconceito se estabeleceu no Brasil, trazido da Europa pelos seus imigrantes, nosso povo se tornou preconceituoso nas mesmas proporções dos europeus e demais povos que rejeitam essa raça.
Devid a colonização portuguesa nosso país possuiu muitos negros, pois os mesmos eram trazidos da África pela corte portuguesa, como comércio em grandes escalas. A concentração de negros no Brasil, se concentra de modo acentuado em Salvador, na Bahia e Rio de Janeiro, motivo pelo qual é muito fácil explicar, pois a primeira capital brasileira foi Salvador, na época colonial, e depois Rio de Janeiro.
Com a instalação das capitai,s os negros vindo da África, trabalhavam como escravos para a corte portuguesa, e com o passar dos anos, nos trabalhos precários em troca de comida e lugar para morar.
No caminhar da sociedade, eles conquistaram a sua liberdade, mas após essa concessão não tinham oportunidade para trabalhar, devido a discriminação, e assim, por consequência eram obrigados a trabalhar para sobreviver, e por fim encontravam-se quase que na mesma situação que antes, só não igual devido ao decreto da Lei Áurea.
Essa ideologia que se criou no Brasil, através da mídia, expõe uma utopia desigual para os negros, pois conforme aponta Guimarães 2008, p. 25):
De acordo com a citação de Guimarães, podemos comparar no cenário atual do Brasil, onde através dos meios de comunicação percebemos que a vida é igual para todos, na mesma proporção que as oportunidades também são igualitárias. E mesmo que o preconceito não se mostre de maneira evidente, ele existe em formas, onde o negro é subestimado e recolocado em uma situação inferior de disputa com relação ao branco.
Como a raça negra é estigmatizada como inferior, e por isso ocupa os piores lugares na sociedade, e consequentemente, é a raça que detém o maior número de desempregados, analfabetos, marginalizados, a sociedade cria maneiras de sociabilizá-los, através de campanhas solidárias e ações de conscientização.
Ocorre que, esse tipo de atitude causa no negro, um sentimento de revolta e desprezo com a sua raça, pois ele se enxergará "negro", como ser que lutara sempre para obter as mesmas oportunidades e igualdade social.
Entretanto, ele se depara em um paradoxo, pois os meios de comunicação expõem igualdade social, e que basta somente a determinação e luta para conquistar sucesso na vida, seja ela profissional ou social. Dentro desse contexto, presumimos que exista o problema oculto caracterizado pelo preconceito por sua raça, causando frustração no indivíduo, o que em certas circunstâncias, parte para o lado da criminalidade, oriundo pela falta de emprego.
O que se encontra atualmente nesse sistema capitalista, é a corrida desenfreada pelo dinheiro, e isso se torna quase que uma doutrina capitalista, a constante busca por mais no mercado de trabalho, seja ela em quaisquer situações, obedecendo as leis do "Consenso de Washington" de que a estagnação financeira e profissional causará um atropelamento pelo mercado. Sendo assim, o fato dos negros, não possuírem condições iguais para lutar por um lugar na sombra, como eles conseguirão se manter em uma sociedade consumista como é a ocidental?
Por isso que o termo preconceito e racismo vem ganhando mais complexidade na atualidade, pois se voltarmos alguns anos, e meados da segunda guerra mundial, podemos encontrar uma forma de racismo baseado nas doutrinas racistas, além dos genocídios cometidos pela cor de pele.
Após essa fase, houve outros tipos de preconceitos, não só contra os negros, e sim com as pessoas de padrão aquisitivo inexpressivo, e culturalmente sem educação. Isso reflete na atual situação, onde a cada dia cresce a criminalidade e o desemprego.
Dentro dessa análise Guimarães diz que:
 
 
Seguindo a ideia de Guimarães, podemos perceber que a palavra racismo consistia em um pilar onde, não poderia ser alterado, e que através do mesmo a sociedade convivia com um ícone, que representava uma barreira e marco, regulando a raça negra.
A desigualdade de oportunidades é manifestada ao longo do tempo, e vista na atualidade, em forma de pobreza, e aliás qual das misérias é a pior? E sempre é valido ressaltar que mesmo após a abolição, o preconceito contra os negros se mantém intacto, pois seria uma hipocrisia relatarmos que no Brasil não existe racismo. As práticas racistas de grupos, dentre os brancos, estão enraizadas na cultura Brasileira, desqualificando a raça negra na competição profissional, cultural e social.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS
 
Para Hegneberg (MARCONI E LAKATOS, 2000, P.45) "método é a forma de selecionar técnicas. Forma de avaliar alternativas para ação científica". Assim sendo, essa pesquisa propõe fazer um levantamento dos dados que serão obtidos, utilizando os métodos e pesquisas para definir a importância desta pesquisa cientifica.
Baseados nesse sentido, Fachin (2005, p.113) "os pressupostos de pesquisa são entendidos como a realização do estudo, presumindo uma resposta dos resultados de pesquisa" logo de acordo com tal citação, é necessário coletar as informações científicas e as da realidade da empresa, para por fim concluir um diagnóstico.
O fato de essa pesquisa ser realizada no Hospital Regional de Presidente Prudente, local de fácil acesso para o decorrer do projeto, contribui para a sua facilidade e credibilidade. Realizar um estudo sobre o tema exposto é extremamente desafiador, por tratar de questões sobre valores e discriminações, cujo objetivo é mostrar à sociedade as causas e condições atuais, no processo de entrada do negro no mercado de trabalho.
A presente pesquisa pode ser caracterizada por quantitativa, pois relaciona aspectos numéricos em comparação aos índices atuais de diversas situações dos negros, entretanto, caracteriza-se também por ser qualitativa, possuindo aspectos definidos, sendo ao final qualiquantitativa.
Devido à pesquisa possuir o caráter quantitativa, Fachin (2005, p. 78) "a variável quantitativa é determinada em relação aos dados ou a proporção numérica, mas a atribuição numérica não deve ser feita ao acaso, porque a variação de uma propriedade não é quantificada cientificamente". De acordo com o conceito do autor, percebemos que essa pesquisa possui esse caráter por analisar as diversas demandas da população negra, em escala gráfica e numérica.
Atrelada a esse conceito, esse projeto inclui segundo Fachin (2005, p. 81) "a variável qualitativa que é caracterizada pelos seus atributos e relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente." Logo, de acordo com tal citação, podemos dizer que a pesquisa aborda questões onde deverá ser aplicada fatos em relação ao cotidiano vivido pelos negros.
Como sendo um estudo de caso, pois de acordo com Fachin, (2005, p.45) "este método é caracterizado por ser um estudo intensivo. No método do estudo de caso, leva-se em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo, podem até aparecer relações que, de outra forma, não seriam descobertas ". Devido a tal citação, as características da pesquisa são adequadas, para esse tipo de caso, prevalecendo as considerações obtidas após todo trabalho realizado".
Sendo assim, é uma pesquisa descritiva, onde busca esclarecer problemas e situações no cotidiano dos negros no mercado de trabalho, servindo de amparo para os dilemas encontrados pela sociedade, quando se trata de abordar os negros em seus anseios profissionais.
A escolha deste tema delicado e polêmico, justifica-se devido à necessidade de atentar-se a fatos recorrentes em nosso dia-a-dia. Embora complexo, essa pesquisa propõe-se a analisar minuciosamente quais as barreiras de entrada do negro no mercado de trabalho, especificamente no Hospital Regional, bem como as dificuldades percebidas diariamente por estas pessoas.
Portanto, essa pesquisa teve uma abordagem qualiquantitativa, e o método utilizado foi descritivo e exploratório. Exploratório, pelo fato de que utilizamos de referenciais teóricos como embasamento até chegar, de fato, no escopo que nos possibilitou delimitar as questões a serem pesquisadas.
Para tanto, foi necessário entender com mais profundidade o assunto em pauta.
Como técnicas, utilizamos um questionário, (modelo em anexo), que constou com questões fechadas, sendo aplicado nos meses de fevereiro e março de 2010, pelos próprios autores desse trabalho.
Tivemos o cuidado de que não fosse identificado nenhum dos sujeitos, o que facilitou a fidedignidade das respostas. Cinquenta sujeitos participaram da pesquisa, todos de cor negra ou parda, de ambos os sexos, sendo todos funcionários do Hospital Regional de Presidente Prudente-SP.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
 
Para efetuarmos a análise dos resultados dessa pesquisa, foram elencados temas que ajudaram a desenvolver e nortear o trajeto a seguir até sua análise. Para tanto, elencamos temas que favoreceram e clarearam a melhor forma em que se pautar para obter resultados. Estes temas formaram o escopo principal da elaboração do questionário, direcionando-nos aos quesitos a serem tratados e que viessem ao encontro dos objetivos propostos. Dentre tais temas, destacamos: a questão da discriminação, dificuldades do negro no ato de admissão, conflitos decorrentes no ambiente de trabalho e a percepção que o mesmo tem sobre a questão do preconceito racial.
Temas esses, que compuseram a linha de pesquisa e fizeram parte dos objetivos desta monografia. Para tanto, aplicamos o questionário, que se encontra em anexo, a cinquenta funcionários de cor negra ou parda, no período de fevereiro e março de 2010, no Hospital Regional de Presidente Prudente.
A apresentação dos resultados está pautada da seguinte forma: as primeiras questões tratam de fornecer dados que pudessem notar algumas características do entrevistado, sem, entretanto, identificá-lo. As questões posteriores tratam, especificamente dos conteúdos que estão inseridos nos objetivos. A figura 1, aborda a questão da faixa etária.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Faixa etária
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3 comentários
Everton | 3 dia(s) atrás
Obrigado Agora Posso Faser Minha Pesquisa Gostei ;)...
 
Luiz | 9 dia(s) atrás
É muito bom ver esse tipo de abordagem nos trabalhos acadêmicos, nossa mestiça sociedade brasileira não admite que existe racismo neste país abençoado.
O racismo causa um sofrimento muito grande naquele que é vítima, não há como medir o estrago causado por essa maldita ignorância.
Esse tema tem que ser muito discutido nas nossas universidade e no ensino médio, bem como nas ongs, fundações e associações por todo o brasil. Temos que acabar de uma
 
Ivone Santana | 18 dia(s) atrás
Obrigada por dividir esse tesouro com aqueles que de fato deseja uma real mudança na condição do ser humano, que precisa ser vista como pessoas, com direitos iguais... valeu.
 

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Fonte:

Por que chamar uma pessoa de Macaco é considerado racismo?

A racismo talvez seja a única coisa que existe no mundo todo (até deus é diferente em cada lugar). E é sempre o mesmo: de uma maioria contra uma minoria. Nem os "brancos" estão a salvos. Basta ver o que acontece se você imigrar para um país, dito, mais próspero.

Em portugal, por exemplo, antes que um Africano tenha um nome, lhe é dado uma cor. Antes de ser chamado pelo nome, lhe chamam de "preto".

Chamar alguém de macaco é ainda pior, pois não se trata apenas de comparação de cor, no caso dizer que é porque o macaco é preto (até porque há muitos primatas de outras cores). É sim, uma forma de inferiorizar um semelhante a ponto de desumaniza-lo. Isso era muito usado na Alemanha nazista contra os judeus.

No Brasil, isso entristece. ter preconceito contra a cor, o jeito de falar, a classe social, a região de nascimento de qualquer pessoa, só faz com que sejamos inferiorizados cada vez mais pelo mundo lá fora. Pois a imagem que os países "mais ricos" tem de nosso povo é a mesma que temos de nós mesmos. Nos chamam de ladrões e prostitutas (quem mora fora do país sabe disso).
Isso não é nada engraçado
na minha opinião não importa como vc chama a pessoa mas, sim, a forma como a chama. Tenho uma amiga que o apelido dela é preta ou pretinha como os mais íntimos a chamam, mas se houver alguma com fusão e alguém a chamar de pretinha com certeza ela se ofenderia, não pelas palavras mas sim pela forma como as foram empregada. Sou branco, mas se eu não tivesse intimidade com uma pessoa e ela me chamasse de mico leão dourado não iria me agradar nem um pouquinho, não por ter vergonha da minha cor ou por nada, mas, sim por uma pessoa se referir a mim com uma palavra qualquer, de uma maneira pejorativa.
Entao esse é meu ponto de vista beijocas a todas e nao esqueça racismo é crime e da cadeia, nao importa a cor forma tamanho idade da pessoa mas sim o que ela tem por dentro
Será que seria para evitar que os macacos não se ofendam e entrem com uma reclamação na justiça?
Tá tudo muito louco hj em dia, mas cá entre nós, independente da cor da pele, tem gente que se parece com cavalo, outros com bois, outros com cachorro e até com bambies. Já percebeu isso?
Conheço uma moça de pescoço muito comprido e bunda grande que se parece muitíssimo com uma avestruz.
Óbvio que jamais irei chamá-la de avestruz pois a semelhança é além da conta!!
Na escola, quando ainda criança, tinhamos um garoto que se parecia exageradamente com um cavalo. O apelido dele era: Cara de cavalo! Com excessão dos professores, nós o chamavamos de "Cara de cavalo" e ele nem ligava e era um cara legal. Hoje não sei se os cavalos se ofenderiam em chamarmos um humano de cara de cavalo.
Caso você chame um individuo de burro ou camelo, seria isso racismo, ainda que o biotipo fisico esteja impregnado de verosimilhança irretorquível?
Se você chamar uma pessoa de macaco e ela se parecer com cavalo, aí sim sua atitude é racista já que você mente e tenta denegrir o indivíduo, xingando-o propositadamente com uma raça diferentemente da que ele se parece.
O racismo está em ser entendido como ofença a cor, não ao aspecto físico.
O bom é evitarmos estas comparações, que não nos levam a nada, ainda que a humanidade inteira concorde que tem gente que se parece com animais....
Ah tem...e como tem!!

Na minha opinião o apresentador de TV, Raul Gil se parece muito com um iguana. Já o ex-vice-presidente no governo FHC, senador Marco Maciel lembra-me um jumento e por aí vai. Bush dependendo do angulo fotografado é um Bem, analisando os fatos, tem que observar de que forma esta palavra foi dirigida a pessôa. Em que situação, talvez enfatizando uma brincadeira. Agora, Advogado adora dinheiro, afinal são fatos dificílimos de se provar. De outro lado conforme a moral da pessoa ofendida, pode inclusive ofender os macacos. Pois existem muitos seres humanos que não mereceriam o luxo de ser um ANIMALchimpanzé perfeito, e neste caso específico entendo ser sim uma ofença, a todos os chimpanzés

Como está o crescimento do racismo na europa ocidental

Sempre existiu,existe e existirá em todo o mundo, independente de cor, credo,etc., ainda mais agora, com a falta de emprego........... a coisa está pegando fogo.
Saudações